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DÁDIVAS

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

DÁDIVAS

24
Mar11

O PORTUGAL QUE TEMOS

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Por diversas vezes escrevemos no nosso Blogue Dádivas o seguinte:

- A questão social tem que estar acima da questão material.

- Que as portas dos diversos círculos políticos se abram e todos juntos façamos Portugal.

- Ao longo dos anos os Políticos foram nos dando prendas, que o País não tinha, como que agradecendo os votos que lhes fomos dando.

- Os Políticos olharam sempre mais para eles próprios e para os amigos, que para um Povo que era a razão da sua existência.

Hoje, demos por nós a pensar no que temos afirmado ao longo dos meses e analisando o momento político, verificamos que algumas das afirmações tinham sentido. Demos por nós a analisar uns gráficos e um texto de opinião de Rui Rangel, publicado no Correio da Manhã de 24 de Março  e que seguidamente publicamos:   

 

 

    GRÁFICOS QUE ILUSTRAM A SITUAÇÃO ACTUAL DA REPÚBLICA:

   

 A média do crescimento económico é a pior dos últimos 90 anos

 

 A dívida pública é a maior dos últimos 160 anos

 

 A dívida externa é, no mínimo, a maior dos últimos 120 anos (desde que o país declarou uma bancarrota parcial em 1892)

 O desemprego é, no mínimo, o maior dos últimos 80 anos. Temos 610 mil desempregados, dos quais 300 mil são de longa duração

 Voltámos à divergência económica com a Europa, após décadas de convergência

  Vivemos actualmente a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos

  Temos a taxa de poupança mais baixa dos últimos 50 anos

 

O meu País

A crise política bateu à porta do meu País por culpa dos políticos que temos. Não foi por culpa dos portugueses. Nenhum partido do arco constitucional sai ileso desta responsabilidade.

Por:Rui Rangel, Juiz Desembargador

 

Mas para os responsáveis partidários o que interessa é que o partido esteja forte e recomendável, sacudindo, cada um à sua maneira, a sua quota parte de responsabilidade na derrocada do Estado. Todos ajudaram nesta derrocada vergonhosa. Todos têm telhados de vidro, ninguém pode atirar a primeira pedra. O que os move e interessa são as clientelas, as claques e o poder. O País e os portugueses pouco importam, a não ser em época eleitoral. Há muito que se previa o fim do regime e das políticas que estavam a ser seguidas. No Parlamento nunca se puseram de acordo, com acordos de regime alargado para salvar Portugal. E, agora, para espanto de todos, estala a crise política por questões de forma e não de substância. Ao que isto chegou.

O que interessa é a forma como o novo Programa de Estabilidade e Crescimento foi apresentado e não o seu conteúdo. Se estivessem interessados nos desígnios nacionais a forma quando muito devia servir, apenas, para puxar as orelhas a José Sócrates. E nada mais. Mas o cheiro a poder lança as aves de rapina em voo picado sobre um governo que está fraco e em morte lenta.

Apesar da inabilidade política revelada com a apresentação deste novo PEC, o problema que está em causa não se chama José Sócrates, mas Portugal. E todos mais uma vez preocuparam-se mais com o acessório do que com a essência do problema. A continuar assim, com estes políticos fracos e incompetentes e com estas políticas típicas de um Estado Protectorado, nada vai mudar num cenário de eleições, com um novo governo. Chame-se Sócrates, Passos, Portas ou Seguro o próximo primeiro-ministro.

É certo que muita coisa está mal entre nós, má gestão do erário público, despesismo, obras faraónicas, parcerias público-privadas que só servem para enriquecer as famílias políticas e empobrecer o País, a política ilimitada dos boys e o crescimento irresponsável da administração pública. Mas o que verdadeiramente está mal e ninguém quer discutir é o modelo europeu de financiamento dos Estados-membros. As economias periféricas e pobres como a nossa não aguentam esta forma cega de controlo do défice. Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha, Bélgica e outros deviam aproveitar este momento de crise não para sacrificar e sufocar ainda mais as empresas e os rendimentos das famílias, mas para exigir um novo modelo de renegociação da dívida soberana, com juros mais justos e realistas. Senão vão de PEC em PEC até à bancarrota, com os mercados e os credores a mandar nos destinos nacionais. E compreendam que este é o único caminho, pois as famílias, os reformados, os pensionistas, os trabalhadores e os jovens não podem continuar a ser brutalmente sacrificados e esmagados na sua dignidade.

Concluímos pela análise dos gráficos que a situação do País está má. O texto de Rui Rangel é o reflexo do estado político em que nos encontramos.

 

Enquanto as votações forem como as de ontem, onde se deu prioridade à forma como o PEC 4 foi apresentado, deixando fora de análise o seu conteúdo, dificilmente construiremos um País mais justo e solidário. Dificilmente faremos PORTUGAL.

 

Amorim Lopes   

 

 

 

 

 

 

 

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