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DÁDIVAS

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

DÁDIVAS

29
Abr14

40 ANOS APÓS O SONHO

59abc59

No dia 25 de Abril, publicámos um vídeo com imagens emitidas pela RTP Informação, que nos mostram parte do discurso do Capitão de Abril – Vasco Lourenço – proferido no largo do Carmo.

Não apresentámos o discurso na integra, como era nossa intensão, porque a RTP Informação o interrompeu para dar realce às palavras da Presidente da Assembleia da República e do Presidente da República. Não concordamos, porque os capitães de Abril também mereciam ser ouvidos. Como a RTP1 estava a transmitir as cerimónias diretamente da Assembleia, o referido canal informativo poderia transmitir o respetivo  discurso.

“Quem não deve não teme”. Assim, só mostraram que devem, pois temeram as palavras que iam ser ditas.

 

 

 40 anos após o sonho

“Faz hoje 40 anos que o Movimento das Forças Armadas concretizou o derrube da mais velha ditadura da Europa.
Dizemo-lo, ontem como hoje, porque parece que há por aí quem, lembrando-se demasiado bem dessa data e do seu significado, que não aceita nem suporta, quer calar a voz dos militares de Abril. A voz de quem, hoje como há 40 anos, continua livre, de mãos limpas e ao serviço de um povo ao qual pertence e jamais trairá.
E se a nossa presença é tão desejada na Assembleia da República, tão imprescindível e tão insubstituível, não compreendemos o medo, sim o medo, de nos olharem para além da “cereja em cima do bolo”!
Pois bem, que fique claro que não nos fecham a boca, nem amarram os braços, com os slogans de que pretendemos um estatuto especial!
Por isso, aqui estamos para lembrar o 25 de Abril e denunciar o que, em nosso entender, atenta contra o seu espírito e os seus valores.
Dizemo-lo e repetimo-lo, aqui e agora, porque os detentores do poder assumem-se, cada vez mais, como herdeiros dos vencidos em 25 de Abril de 1974.
A luta de muitos portugueses contra a tirania, a opressão e o obscurantismo, culminou nessa radiosa jornada de 25 de Abril de 1974 – que nos lançou na mais extraordinária aventura, que um povo pode viver.
Mas se é certo que a grande virtude dos militares de Abril foi o saberem aproveitar as condições criadas por essa luta, bem como as condições resultantes da longa guerra colonial, o certo é que o 25 de Abril de 1974 é da exclusiva responsabilidade desses militares que surpreenderam o mundo pela sua generosidade: pela primeira vez na história de Portugal e do Mundo, as Forças Armadas tomaram a iniciativa de devolver o poder aos cidadãos, logo que foram criadas condições democráticas para tal.
Assim, terminada a guerra colonial, aprovada a Constituição da República e estabilizadas as Instituições Democráticas, os militares regressaram aos quartéis.
Tudo fizeram pelo seu País, nada quiseram para si.
A primeira década da democracia, em que os militares ainda foram o garante da estabilidade, possibilitou aos portugueses a escolha do espaço europeu como modelo político e económico,
Em suma, foi graças a essa “madrugada inteira e limpa”, como a crismou Sophia, que foi possível começar a:
Construir um País novo, recuperando-o do atraso em que o haviam colocado,
Fazer um Estado Democrático e de Direito,
Reconhecer o direito à autodeterminação e independência dos povos colonizados,
Retirar Portugal do isolamento internacional em que os ditadores o mantinham,
Inserir o nosso País numa Europa onde o Estado Social garantia há mais de trinta anos uma situação de paz, progresso, bem-estar e justiça social.
Esse, lembramos mais uma vez, foi o tempo de todas as esperanças, convictos de que se caminhava ao encontro de uma sociedade verdadeiramente livre e justa.
Porém, hoje, e repetindo o que afirmámos nesta mesma data há um ano, “assistimos, e sofremos na pele, à destruição de muito do que de bom se conseguiu, ao retrocesso para tempos da outra senhora, à destruição do Portugal de Abril e ao abrir de portas de novas escravidões, à iniquidade, à perda da soberania”.
Vemos com muita preocupação:
O regresso da emigração em massa porque não há trabalho em Portugal;
O desemprego avassalador e desumano que atira centenas de milhares de compatriotas nossos para o sofrimento, a desesperança, as bermas da indignidade; ingressámos já no grupo dos quinze países do mundo com mais desempregados;
A fome a alastrar pelas camadas mais desfavorecidas;
A enorme desvalorização atingida pelo trabalho;
O aumento escandaloso da injustiça social;
As cantinas das escolas abertas nas férias escolares para que crianças portuguesas possam comer alguma coisa nesses períodos;
Uma classe média destroçada;
O Estado Social a ser destruído, com consequências maiores no direito à educação, à saúde e à segurança social;
O aumento da corrupção que, como Vitorino Magalhães Godinho afirmou no seu livro Os Problemas de Portugal, “surge como o regular funcionamento da economia”, que nos arrastou para esta enorme crise;
A enorme impunidade que campeia entre os poderosos, considerados acima da lei;
O não funcionamento da Justiça;
O regresso do medo, aos que sentem o emprego em risco ou temem perder o pouco que ainda têm;
Os reformados e os pensionistas a serem esbulhados a cada fim de mês porque quem conscientemente nos desgoverna rasgou os contratos assinados pelo Estado com os trabalhadores para respeitar os inaceitáveis contratos assinados com a troika;
O desrespeito da dignidade humana.
E porque há valores de dignidade humana inquestionáveis, nomeadamente o direito a um eficiente serviço de saúde pública, de educação pública e de segurança social pública, não podemos assistir indiferentes às situações de pobreza extrema, de carência absoluta, de fome que todos os dias se nos deparam!
Hoje, revoltados, assistimos:
A uma propaganda governamental mais condizente com serventuários do grande capital financeiro do que com governantes eleitos pelo povo para defesa do bem comum;
À desfaçatez e sem vergonha de políticos que, do alto das cadeiras da casa que devia ser da democracia, vêm a público afirmar, sem pingo de bom senso, que o País está melhor embora os portugueses estejam pior;
A uma governação que legisla como se a Constituição não existisse, passando pelo descrédito, contínuo desde há três anos, de ver leis suas revogadas pelo Tribunal Constitucional que em permanência afronta.
Neste contexto, muitos dos nossos compatriotas já perderam a esperança. Mas porque “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não”, continuamos a lutar – dissemo-lo há um ano e reafirmamo-lo agora – “com as armas que a Democracia conquistada com Abril ainda nos permite, contra os novos tiranos que nos roubam o pão, o trabalho e a soberania”.
A desvergonha é tanta que, no Governo, ao mais alto nível, há até quem se atreva a falar de uma nova Restauração, fazendo de conta que não sabe que um novo 1640 está mesmo a caminho com a inevitável defenestração dos Miguéis de Vasconcelos que por ali andam.
Mas hoje, neste local simbólico que tão gratas recordações nos traz, podemos e queremos dizer sem qualquer hesitação, que quem nos desgoverna subiu ao poder fazendo promessas que não cumpriu. Enganando os cidadãos que neles votaram. Deslegitimando-se, ética, moral e politicamente.
Hoje, além de com subido orgulho homenagearmos aqui um dos nossos – Salgueiro Maia, e nele evocarmos todos os Militares de Abril já falecidos –, queremos lembrar a todos os nossos concidadãos que a democracia não se limita a eleições de quatro em quatro anos.
Queremos afirmar que quem nos desgoverna tem que prestar contas de cada um dos seus actos que mexe com a vida de todos nós. Não podemos ficar de braços cruzados perante um Portugal de joelhos face ao poder estrangeiro, cada vez mais pobre, cada vez mais devedor (a nossa dívida pública nos últimos três anos saltou de 90 para 130 mil milhões), cada vez mais esmifrado.
A situação é esta e não estamos a exagerar. Sabemos que a luta em que estamos envolvidos é uma luta difícil. Disso todos temos que ter consciência. Os inimigos, dentro e fora de fronteiras, são poderosos – mas a nossa História quase milenar, e o direito à nossa vida com futuro, a isso nos obrigam. Não podemos virar a cara à luta.
Sublinho hoje de novo, como já tantas vezes o fizemos: temos a consciência de que a crise é generalizada no mundo ocidental, nomeadamente na Europa – mas isso não justifica a profundidade que atingiu Portugal.
Estamos a lutar contra o marasmo, o conformismo, o amochar que se tem apoderado de muitos portugueses perante as contínuas agressões e roubos de que são vítimas. O País está a ser destruído e temos que nos mobilizar a fundo para pormos cobro a uma situação que seria impensável há meia dúzia de anos.
Estamos a incentivar as acções da sociedade civil que vem despertando, vem assumindo a contestação e vem dando sinais inequívocos ao Poder – os quais, a não serem entendidos, provocarão fortes convulsões sociais, com a violência em pano de fundo.
Insistimos e sabemos do que falamos: cada dia que passa assistimos à destruição do que, de positivo, foi sendo construído no nosso país em resultado da acção libertadora de há 40 anos.
O País está vendido, em grande parte e a pataco, ao estrangeiro!
As desigualdades, consumadas no aumento do enriquecimento dos que já têm tudo e no cada vez maior empobrecimento dos mais desfavorecidos, transforma a nossa sociedade num barril de pólvora que apenas será sustentável numa nova ditadura opressiva, com o desaparecimento das mais elementares liberdades.
Como há um ano, manifestamos de novo, e com maior veemência, a nossa indignação face aos acontecimentos que se estão vivendo em Portugal e que configuram, de modo irrefutável, um enorme e muito grave descrédito dos representantes políticos no Poder, que deliberadamente criaram e sustentam esta situação.
Insistimos, sem tibieza, que a Democracia não é, nem pode ser jamais, a concessão a uns quantos de uma patente de incompetência ou pilhagem, para se enriquecerem a si e a amigos durante quatro anos ou mais.
A Democracia tem o seu fundamento na confiança que os representados têm nos seus representantes e na lealdade destes perante quem os elegeu. Quando essa confiança é traída e essa lealdade desaparece, a legitimidade moral e política da classe dirigente desmorona-se e o cimento da Democracia apodrece. O que não podemos permitir.
Isto é o que, infelizmente há muito tempo, pensamos – mas que em nosso entender se agravou de modo substancial nos últimos anos, com um Governo de joelhos submetendo-se docilmente aos ditames da Troika e, por mais inconcebível que tal seja, indo ainda mais longe do que exigem esses estrangeiros que hoje mandam no nosso país transformado numa espécie de protectorado.
E porque a justificação para a não mudança parece ser a nossa pertença ao Euro e à União Europeia, e porque esta caminha para um projecto falhado, um projecto moribundo, há que questionar a nossa continuidade no Euro e na própria União Europeia.
Numa democracia existem sempre alternativas.
Numa democracia não existem assuntos tabus. Por isso não devemos ter receio de discutir a nossa pertença à EU e ao Euro!
Pertencemos à Europa, irrevogavelmente, pela cultura, pela história, pelos milhões de portugueses que estão no seu território, mas não queremos, não aceitamos ser o lupen proletariado da Europa! Queremos pertencer a uma União e não a um Império!
Somos Europeus, não somos sub-europeus! As nossas razões para estarmos na Europa são as do respeito, as da Igualdade, as da Solidariedade.
Se a União Europeia continuar como está, será preferível sairmos!
Em resumo e para que fique claro: a situação em que Portugal se encontra é inaceitável, insustentável e perigosa. E porque continuamos a considerar que a antecâmara do totalitarismo surge quando, num Estado de Direito, a classe política perde o seu prestígio porque se transforma numa espécie de casta que deixa de servir os interesses de todos para servir os seus próprios interesses e/ou os interesses dos já poderosos, chegou o momento de, com toda a força, a população dizer basta - e, em nome da Pátria, apontar a solução: ou se muda urgentemente de política e inverte o caminho de submissão, austeridade e empobrecimento do país, ou este governo tem de ser apeado sem hesitação. De preferência por iniciativa do Presidente da República, que continua a ser um mero assistente passivo ou mesmo conivente, tardando em fazer uma leitura consequente da situação que se vive em Portugal, desviando-o do plano inclinado em que se encontra, rumo ao precipício.
Temos de ser capazes de aproveitar as armas da Democracia e mostrar aos responsáveis pelo “estado a que isto chegou” um cartão vermelho, que os expulse de campo!
Não duvidemos, temos de ser capazes de expulsar os “vendilhões do templo”!
Os desmandos e a tragédia da actual governação não podem continuar!

Igualmente, temos de ser capazes de retornar às Presidências de boa memória de Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio!
Temos de ser capazes de ultrapassar os sectarismos, temos de ter a capacidade de reconhecer o inimigo comum, mesmo antes de sermos totalmente derrotados.
Vencendo o conformismo, temos de ser capazes de resistir de novo, reconquistar as utopias, arriscar a rebeldia e renovar a esperança!
Recolocados os valores da madrugada libertadora, nessa altura, vencido o medo, poderemos então retomar a esperança de reafirmar Abril e construir um futuro melhor!”

Largo do Carmo, Lisboa, 25 de Abril de 2014

Vasco Lourenço


26
Abr14

MAÇÃO - COMEMOROU O 25 DE ABRIL

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Nós somos todos portugueses aqui em Mação, para todos juntos, ajudarmos a construir neste pedaço de Portugal, no centro do “mundo”, uma terra mais justa, mais desenvolvida, socialmente mais equilibrada. Não queremos ver este recanto que tão belo é, ser desprezado, discriminado pela negativa e abandonado.

Nós também queremos fazer Portugal aqui!

No 25 de abril, Mação comemorou a data de várias formas:

Durante a manhã, houve lugar ao desporto, destacando-se o passeio pedestre e o ciclismo.

Ao fim da tarde, no Auditório Elvino Pereira, houve a inauguração de uma exposição de pintura, com trabalhos feitos por jovens,  em que o tema era a Revolução dos cravos. No seguimento, pelas 18 horas, houve lugar a uma Assembleia Municipal Extraordinária.

Por último, às 21 horas, o professor Mário Tropa Alves, no evento “À conversa com…”, falou sobre Arte.

Manhã

Tarde
Noite
Amorim Lopes

 

 

25
Abr14

25 DE ABRIL DE 2014 – SEMPRE!

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A revolução dos cravos foi recordada por todo o Portugal.

Em Lisboa, houve uma cerimónia na Assembleia da República e no Largo do Carmo.

Relativamente ao que se passou neste último local, são as imagens que vos apresentamos no vídeo que seguidamente publicamos.

Este trabalho, foi elaborado com base no que foi emitido pela RTP Informação. O discurso de Vasco Lourenço não é apresentado na totalidade, porque o canal referido, o não fez, para poder transmitir as palavras de outras individualidades.

VÍDEO

Amorim Lopes
24
Abr14

O NASCIMENTO DO NASCIMENTO DA REVOLUÇÃO

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Hoje, 24 de Abril, faz precisamente 40 anos que um grupo de militares unidos na vontade de derrubar o governo totalitário, se preparava para, na madrugada que se avizinhava, por em marcha o movimente que nos iria trazer a democracia e com ela, um mundo mais justo, mais livre e menos desigual. Nos traria um mundo mais fraterno.

Para que as movimentações planeadas tivessem o seu início, era necessário dar a todo o País, simultaneamente e numa só voz, a ordem para arrancar. Essa ordem foi dada por uma senha, previamente combinada e que se resumia na transmissão, via radia - RR, Programa Limite - da cantiga do Zeca Afonso, “Grândola Vila Morena”.  

A forma como nasceu e como foi transmitida essa senha, é explicada no vídeo que seguidamente publicamos, cujas imagens foram hoje transmitidas pela RTP1 no programa Praça da Alegria.

VÍDEO

Apesar da ventania adversa “Abril” jamais morrerá!

Amorim Lopes
21
Abr14

SERÁ QUE A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS NOS TROUXE ALGO DE NOVO?

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A poucos dias de se comemorar os 40 anos da revolução, é pertinente fazer a pergunta – será que a Revolução dos Cravos nos trouxe algo de novo?

Na realidade, com o feito heroico dos militares, o poder, foi por estes entregue ao povo – aos partidos políticos – que nos quase 40 anos assumiram as rédeas do poder.

A nossa vida democrática começava a ser uma realidade, permitindo-nos caminhar a passos largos no caminho de um Portugal justo, solidário, mais social e com menos desigualdades. O povo trabalhador, começou a ter mais facilidades de emprego e ao mesmo tempo, deixou de ser o “bobo da corte” do mundo laboral.

A liberdade nasceu igual para todos, depois de mandar para o baú do passado o lápis azul da censura.

Passaram 40 anos, vários governos surgiram, todos eles com uma tónica comum – traziam na alma o sectarismo.

Nos últimos tempos, o retrocesso começa a ser uma realidade. A nossa soberania começa a ser substituída pelos ditames vindos do exterior. O espelho, que nos mostra o presente, começa a refletir imagens que adornaram o Salazarismo.

A propósito do retrocesso, aconselhamos a ler o texto escrito por Paulo Morais, que veio publicado no Correio da Manhã do último sábado e que seguidamente reproduzimos:

É um déjà vu

“Em vésperas do 25 de Abril de 1974, o ambiente é de tensão e medo.

Atingiu-se o grau zero da vida política. O Presidente da República, Américo Tomás, é um corta-fitas, limita-se a fazer inaugurações pelo País, acompanhado de sua mulher, Gertrudes. O chefe do governo, Marcelo Caetano, chegou ao cargo prometendo enormes reformas, anunciando a abertura do modelo de administração. Mas ficou refém dos poderes fáticos dominantes e, em particular, dos grandes grupos empresariais. Uma deceção.

O tecido económico é dominado por meia dúzia de famílias que controlam a economia nacional, se alimentam da manjedoura do orçamento e vivem de negócios e rendas favorecidos pelo estado. Os Espírito Santo e a família Mello lideram a lista. Os negócios dependem de mecanismos de cessão de privilégios, dum "condicionamento industrial", de alvarás e licenças, através do qual o poder determina quem pode desenvolver negócios. Os níveis de emigração são galopantes. Todos os anos, mais de cem mil portugueses rumam a outras paragens para fugir da fome e da pobreza. A alternativa é ficarem por cá, trabalhando de sol a sol, a troco dum salário miserável, que nem sequer garante uma sobrevivência com um mínimo de dignidade.

O ambiente social degrada-se. Existe um abismo cada vez maior entre uma multidão de famintos e um pequeno grupo multimilionário. Esta nova aristocracia vive em mansões de milhões, onde se sucedem festas sumptuárias. Mas, em simultâneo, a miséria é crescente. Sucedem-se intermináveis filas nas sopas dos pobres. As senhoras das chamadas famílias "de bem" brincam à caridadezinha, distribuindo bens alimentares pelos famintos. Porque lhes dão comida, arrogam-se o direito de lhes dar sermões, de lhes chamar malandros. O regime disfarça toda esta pobreza e injustiça com os instrumentos de propaganda, onde se destaca a RTP, com os seus atores e cançonetistas do regime, uma informação pró-governamental, o futebol e o fado.

Em 1974, com as Forças Armadas insatisfeitas, as movimentações castrenses são permanentes. Anuncia-se a revolta.

Agora: voltar ao início do texto; substituir 1974 por 2014, mudar nomes (apenas alguns); ler de novo.”

Por: Paulo Morais, professor universitário

Quarenta anos passados, para onde estão a ser levados os ideais de Abril!

"A ameaça do mais forte faz-me sempre passar para o lado do mais fraco."

Passar para o lado dos que lutam por um mundo livre, mais equitativo e mais generoso - "Generosidade é dar mais do que você pode, orgulho é pegar menos do que você precisa."

Amorim Lopes

18
Abr14

MAÇÃO – SEMANA ACADÉMICA E DA JUVENTUDE – ENCONTRO DE TUNAS

59abc59

Ontem, pelas 22 horas, no Cineteatro de Mação, com organização de um grupo de jovens – “Os Magalhães” – realizou-se um encontro de tunas, com duas, sendo uma de Rio Maior e outra de Lisboa.

O evento, decorreu com a normalidade esperada, com bastante música e animação e a plateia esgotada. Entre os presentes, a satisfação era notória e o ambiente, por vezes ficou escaldante.

Parabéns aos “Magalhães” pela ideia que tiveram, e tiramos o chapéu pela belíssima noite que nos proporcionaram.

Mação fica a ganhar com iniciativas semelhantes, e todos nós, em especial a juventude, vivemos por momentos numa atmosfera mais “oxigenada”.

VÍDEO

Amorim Lopes
17
Abr14

MARIA JOSÉ MORGADO NA ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL

59abc59

No dia em que a Presidente da Assembleia da República visitou a sede da Associação 25 de Abril, realizaram-se mais uma vez os já habituais AAA – Animados Almoços, que desta vez contaram com a presença da Doutora Maria José Morgado.

Da conversa que esta teve com as pessoas presentes e da entrevista, que concedeu a António Colaço, são os três vídeos que seguidamente publicamos:

MARIA JOSÉ MORGADO CONVERSA COM ANTÓNIO COLAÇO

MARIA JOSÉ MORGADO 1

MARIA JOSÉ MORGADO 2

Amorim Lopes
16
Abr14

25 DE ABRIL, SEMPRE!

59abc59

Quarenta anos passaram, desde do dia

Em que Portugal acordou sobressaltado,

Cortou as amarras e as correntes da agonia,

Iniciou a construção dum novo fado.

Nas espingardas vermelhos cravos nasceram,

O “passado” foi pacificamente para o exílio,

Homens e mulheres correram em delírio

Para abraçar os arrojados heróis que nos libertaram.

Abriram-se as portas das prisões

Para libertar os que tanto sangue derramaram,

Permitindo cumprir as sonhadas missões,

Que dariam a liberdade, ao povo, a quem tanto prometeram.

Portugal, unido e livre naquele dia nasceu,

Cresceu e fez-se homem em democracia,

Livre, gritou por justiça e repartiu o que era seu,

Negou a exploração, cantou a fraternidade com alegria.

Amamos a liberdade, a justiça e a paz,

Desejamos um mundo livre e negamos a fome,

Tiramos o chapéu, um dia, a quem for capaz,

De acabar com a miséria e dar pão a quem não come.

Amorim Lopes

15
Abr14

ESTÁ NA HORA DE PORTUGAL ACORDAR

59abc59

O 25 de Abril aproxima-se e com ele, o momento de todos comemorarmos o dia – há 40 anos - em que um grupo de destemidos e arrojados militares acabaram com o regime totalitário em que vivíamos.

Foi o dia em que o MFA nos abriu o caminho para a liberdade, para um mundo justo, para a solidariedade, para um estado mais social - abriu-nos as portas da democracia.

Foi o dia em que os presos políticos e exilados, em comunhão com todos os outros camaradas, companheiros e irmãos, puderam livremente começar a fazer Portugal.

Passaram 40 anos, em vez do Portugal justo e solidário que a maioria ambicionava, estamos aos poucos a mergulhar num mar de pobreza, de fome, de injustiça e miséria. Estamos lentamente, a ficar com a liberdade mais limitada e a desigualdade social mais acentuada.

Presentemente somos um País adiado!

Tudo isto acontece, porque temos uma classe política, que no decorrer destes 40 anos, esteve sempre desunida. O sectarismo foi sempre a palavra de ordem, usada, para defender o clientelismo político, desprezando quase sempre o Povo que neles confiou.

É tempo de mudar os ventos, alterar as vontades e construir, com novas personagens, um Portugal mais justo.

Quem sabe, se o surgimento de nova família politica não seria benéfico?

A propósito, vejam os dois vídeos que seguidamente publicamos, onde, Boaventura de Sousa Santos - professor catedrático na Universidade de Coimbra e reconhecido internacionalmente como um intelectual importante da área de ciências sociais – fala da situação que todos nós vivemos.

VÍDEO 1

 

VÍDEO 2

 

Que a luz da esperança nunca se apague, para todos juntos ajudarmos a construir um Portugal mais justo fraterno.

Amorim Lopes

09
Abr14

“ISTO NÃO É UMA FANTASIA DE CRIANÇA”

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No Facebook, tivemos o conhecimento de um trabalho que se encontra publicado na página “Oleoban”, com o título “Isto não é uma fantasia de criança”.

Gostámos do trabalho, que gira ao redor da vida, da forma de pensar, da maneira de agir e da visão que tem do Mundo a Maria da Conceição, assistente de bordo no Dubai e que desde de 2005 tenta ajudar o povo das favelas de Dhaka, Bangladsh.

Não resistimos à tentação de o publicar no nosso espaço. Fazemo-lo única e exclusivamente, não para ganhar protagonismo, mas para apoiar uma causa com a qual nos identificamos.

Parabéns aos autores do trabalho.

Amorim Lopes

 

«Isto não é uma fantasia de criança»

09 de Abril de 2014

 

Maria Conceição não é uma Mulher comum. Muito pelo contrário!

Foi a primeira mulher portuguesa a atingir o topo do Evareste. Mas não se ficou por aqui. Completou também 7 ultramaratonas, em 7 continentes em 7 semanas. Tudo isto em nome de uma causa social: ajudar as crianças e as famílias que vivem nas favelas de Dhaka.

Uma jovem portuguesa que é um exemplo de tenacidade e coragem e à qual não conseguimos (nem queremos) ficar indiferentes. Para conhecer mais sobre a sua Fundação deixamos-lhe aqui o contacto - http://mariacristinafoundation.org/

1- Depois de ter feito 7 ultramaratonas (em 7 continentes, em 7 semanas), de ter dado uma TED Talk, de ser a primeira mulher portuguesa a alcançar o Evareste e de gerir uma Fundação que luta contra a pobreza em Dhaka, quais são as suas próximas metas?

Irei continuar a dedicar-me a este tipo de desafios até continuar a precisar de angariar dinheiro para a Fundação.

Neste momento precisamos de 1 milhão de dólares para cumprirmos com o nosso objetivo de dar educação para aqueles que estão a usufruir do programa.

 Eu tive uma visão e fiz uma promessa: mudar a vida dos moradores das favelas e cumprirei esta promessa custe o que custar. Espero que os meus desafios se tornem cada vez mais exigentes de forma a continuar a financiar a fundação.

Já estou registada para uns quantos desafios, muito duros, em 2015.

Quanto maior o desafio, maior a impressão que se deixa na mente das pessoas sobre o que eu estou disposta a fazer para marcar a diferença no Mundo.

Para isso acontecer tem de ser algo que ainda não tenha sido atingido anteriormente. Quem sabe se as grandes marcas irão ver o valor disto e patrocinarem-me, a mim e à minha fundação, tal como já fazem para as grandes personalidades do desporto.

2- Porque é que decidiu que iria angariar o dinheiro necessário para os projectos da sua Fundação, subindo o Evareste e fazendo 7 ultramaratonas?  

Isto não é uma fantasia de criança, um sonho ou um simples entusiasmo pela aventura. Esta decisão foi 100% motivada pela promessa que fiz, há 9 anos, às crianças e às famílias debaixo do abrigo do MCF. Prometi fazê-las sair da pobreza.

Nunca tinha considerado esta hipótese antes, nem nunca me considerei uma runner.

A ideia de correr ultra maratonas nasceu apenas da necessidade de angariar dinheiro para a Fundação. Angariar fundos é o derradeiro desafio que enfrento todos os dias.

3- Enfrentou algum desafio inesperado por Ser Mulher?
Eu enfrento os mesmos desafios que qualquer mulher enfrenta no dia-a-dia. Além desses desafios enfrento o de estar num país muçulmano dominado por homens.

Assim sendo é necessário mais esforço para ser levada a sério. Quando te esforças mais para que isso aconteça podes ser acusada de ser agressiva ou autoritária. No entanto se for um Homem a ter essa atitude é considerado um líder forte.

4 – Nos momentos mais desgastantes fisicamente, como por exemplo, enquanto subia o Evareste, o que lhe dava força para continuar?

Em 2005, enquanto viajava para Dhaka, e vi as favelas, foi um verdadeira "chapada na cara" para mim. Em cada uma das crianças eu tive a certeza de como a minha vida poderia ter sido diferente se não tivesse recebido a ajuda que recebi.

Não há forma de saber como a minha vida teria sido se a Cristina não me tivesse acolhido em sua casa quando eu tinha 2 anos. Fui muito afortunada por ter tido ao meu lado uma mulher tão boa para me ajudar.

Nesse momento percebi que tinha mesmo que ajudar estas crianças e que a mais pequena ajuda iria fazer uma diferença substancial nas suas vidas. Desde aí, comecei a ficar envergonhada dos luxos que tive durante uma grande parte da minha vida e então decidi tomar uma decisão:

Ajudar estas crianças e famílias, transformou-se no meu único e verdadeiro interesse.

Espero ter deixado a Cristina orgulhosa. Mas também sei que nunca a poderei recompensar e agradecer por tudo o que ela fez por mim.

5- O que representa para si poder entrar no livro do Guiness como a mulher com o tempo mais rápido numa ultramaratona em cada continente e como a mulher que completou 7 ultramaratonas em 7 continentes, com o tempo mais rápido?

Ainda não tive o tempo necessário para submeter o record no papel e obter o meu Guiness. Tenho estado muito ocupada a trabalhar nas favelas de Dhaka.

Não fiz isto para quebrar um record, mas sim para lançar o alerta e chamar a atenção para esta causa. 

6- Complete. “Para mim, poder  ajudar as crianças de Dhaka é...

 O meu maior desafio.

Abrir os olhos das pessoas, para que elas consigam ver como a pobreza pode ser má. Perceberem como são sortudas e como pequenos gestos, conseguem fazer toda a diferença na vida dos outros. 

Apesar das pessoas que moram nas favelas não conseguirem ver a enormidade de possibilidades que o Mundo oferece, a maioria das pessoas privilegiadas que nunca teve que lidar com situações de pobreza são mais cegas, por não perceberem como são afortunadas. 

A maioria das pessoas foca-se tanto nas qualificações, em ganhar dinheiro, em progredir nas carreiras e vêm a pobreza como um problema alheio, que não lhes pertence e sobre o qual não têm qualquer responsabilidade.

7 –  Se lhe fosse dada a oportunidade de oferecer um “presente” ao Mundo onde vive, que presente escolheria dar? 

Daria a oportunidade às pessoas dos países desenvolvidos  de trabalharem como voluntárias em favelas por um dia.

Assim poderiam ver como são verdadeiramente sortudas e talvez isto fosse encorajá-las para ajudarem os outros.

Quem sabe se os milhões desperdiçados diariamente em bens materiais desnecessários pudessem finalmente ter um bom uso? 

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