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DÁDIVAS

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

DÁDIVAS

07
Jun15

C.D.R. DE CHÃO DE LOPES – ALMOÇO/CONVÍVIO NO POÇO MOURÃO 2015

59abc59

Como vem sendo habitual, realizou-se no último sábado o almoço/convívio no Poço Mourão.

Tudo decorreu como estava programado, com boa comida, boa “pinga” fresca, sobremesas variadas e bastante gulosas, café e a boa medronheira. A terminar, os cantares populares marcaram a sua presença, para alegrar e unir o já muito unido e saudável convívio existente.

Tiramos o chapéu à Organização pelos bons momentos que nos proporcionaram, pela organização demonstrada e pelo empenho e dedicação que tiveram para concretizar o evento anunciado.

VÍDEO

Amorim Lopes 

07
Jun15

“NÃO CONSEGUI AGUENTAR. DESATEI A CHORAR”

59abc59

Hoje no meu voo de Geneve para o Porto, um voo carregado de emigrantes Portugueses sentou-se junto a mim mais um deles. Nada de novo até aqui.

Minutos depois de ter pedido uma sandes que apenas consegui comer metade e por trás dos auriculares ligados a um iPhone oiço uma voz. “Deve querer ir a casa de banho”, pensei. Instantaneamente levanto-me… mas não. Um sorriso indica que e outra coisa. Tiro um auricular. “Ainda vai comer mais? Importa-se que fique com o resto?”. E nestes momentos, nestes segundos em que saímos dos nossos hiper-conectados mundos e do nosso stress diário que caímos naquela que e a essência humana. Disse-lhe que não, chamei o chefe de cabine e pedi mais uma sandes. Dei-lha.

Mas esta história para mim foi muito mais que uma sandes ou um momento semi auto-congratulante para colocar no Facebook, foi um verdadeiro reality-check.

Ao conversar com o José (raramente o faço num voo), fiquei a conhecê-lo melhor. 40 e muitos como diz ter mas sem querer concretizar, há ligeiramente mais de 2 anos a trabalhar em Vevey na Suíça. Trabalha na construção, vive com 2 colegas e não vê a mulher e as duas filhas há mais de 2 anos. Dois anos!!! Perdeu a entrada da filha na universidade – mas não reclama porque diz que é para isso (e que para a outra também possa ter esse “luxo”) que está na Suíça. O skype ajuda, diz mas a “saudade mata”. E foi para isso que poupou e comprou este voo. Vai ver as filhas, a mulher, a mãe que não vê ha tanto tempo. Vão estar no aeroporto, assegura-me. Não duvido. Diz que saiu de Portugal depois de a fábrica onde trabalhou quase 20 anos ter fechado, não encontrou mais nada em quase um ano de procura. “sou trapo velho” diz.

Como é possível aguentar esta saudade? Como e possível não se queixar? Como é possível dizer-me que está “bem”? Como e possível trabalhar “das 8 às 10″ (faz um part-time também) para poder mandar dinheiro para Portugal para a Rita e a Sofia? E mesmo assim sorrir?

Não consegui, enquanto soltava lágrimas num misto de perplexidade e compaixão, ele ria-se. “Não estou doente homem. Não há motivo para chorar”.

É de facto esta a geração que está na lama. Não os 20-something, não os “cérebros que fogem”, são os pais desses cérebros – chamemos-lhes os músculos. Esses tem muito menos oportunidade, muito menos capacidade de se adaptarem. Esses estão a reconstruir uma vida depois de já terem construído uma. Esses estão a passar pela maior privação de todas. Estar longe da família que criaram, das pessoas que amam.

Boa sorte José, e obrigado por este momento.

Fonte: Facebook de Ricardo Sousa 

 

Será que Abril foi feito para “parir” situações como as que acabam de ser relatadas? Não!

Será que votámos para eleger governos que originam situações como as que acabam de ser referidas? Não!

Será que devemos de nos manter alheios, indiferentes e insensíveis, a todo um Povo que aos poucos vai sendo lançada na “lama”, fome e na miséria? Não!

Pensamos que é chegada a hora, de todos, conscientemente, analisarmos os factos e reagirmos às adversidades do mundo injusto em que vivemos. É chegada a hora de abraçarmos a mudança ou de acarinharmos a continuidade.

Se já tantas lutas houve para tentar construir um mundo mais justa e socialmente mais fraterno, pensamos que valerá a pena a mudança, “porque para pior já basta assim”.

Está na hora de abrirmos os olhos, e unidos: “Fazer Portugal”.

Amorim Lopes

 

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