"Canalhíadas"
No nosso correio electrónico caiu um Mail, com uma adaptação dos Lusíadas à situação do momento.
Como é do conhecimento de todos, Os Lusíadas, é uma obra poética composta por 1115 estrofes distribuídas por dez cantos, escrita por Luís Vaz de Camões no século XVI.
O seu conteúdo, centra-se na descoberta do caminho marítimo para a Índia e ao seu redor, são focados outros episódios. Os grandes feitos do povo também são nele enaltecidos.
Nas quatro estrofes que publicamos, adaptadas à obro poética referida, os feitos de certos portugueses também são aqui enaltecidos, mas infelizmente pela negativa.
Esperamos, que o trabalho que nos chegou às mãos, a todos nos ajude a pensar e a fazer Portugal.
Amorim Lopes
"Canalhíadas"
I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
Luíz Vaz Sem Tostões