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DÁDIVAS

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

DÁDIVAS

09
Abr13

"Canalhíadas"

59abc59

No nosso correio electrónico caiu um Mail, com uma adaptação dos Lusíadas à situação do momento.

Como é do conhecimento de todos, Os Lusíadas, é uma obra poética composta por 1115 estrofes distribuídas por dez cantos, escrita por Luís Vaz de Camões no século XVI.

O seu conteúdo, centra-se na descoberta do caminho marítimo para a Índia e ao seu redor, são focados outros episódios. Os grandes feitos do povo também são nele enaltecidos.

Nas quatro estrofes que publicamos, adaptadas à obro poética referida, os feitos de certos portugueses também são aqui enaltecidos, mas infelizmente pela negativa.

Esperamos, que o trabalho que nos chegou às mãos, a todos nos ajude a pensar e a fazer Portugal.

 

Amorim Lopes

 

"Canalhíadas"

 

I

 

As sarnas de barões todos inchados

 

 Eleitos pela plebe lusitana

 

 Que agora se encontram instalados

 

 Fazendo o que lhes dá na real gana

 

 Nos seus poleiros bem engalanados,

 

 Mais do que permite a decência humana,

 

 Olvidam-se do quanto proclamaram

 

 Em campanhas com que nos enganaram!

 

 II

 

E também as jogadas habilidosas

 

 Daqueles tais que foram dilatando

 

 Contas bancárias ignominiosas,

 

 Do Minho ao Algarve tudo devastando,

 

 Guardam para si as coisas valiosas

 

 Desprezam quem de fome vai chorando!

 

 Gritando levarei, se tiver arte,

 

 Esta falta de vergonha a toda a parte!

 

               III                

 

Falem da crise grega todo o ano!

 

 E das aflições que à Europa deram;

 

 Calem-se aqueles que por engano

 

 Votaram no refugo que elegeram!

 

 Que a mim mete-me nojo o peito ufano

 

 De crápulas que só enriqueceram

 

 Com a prática de trafulhice tanta

 

 Que andarem à solta só me espanta.

 

                  IV                  

 

 E vós, ninfas do Coura onde eu nado

 

 Por quem sempre senti carinho ardente

 

 Não me deixeis agora abandonado

 

 E concedei engenho à minha mente,

 

 De modo a que possa, convosco ao lado,

 

 Desmascarar de forma eloquente

 

Aqueles que já têm no seu gene

 

 A besta horrível do poder perene!

 

Luíz Vaz Sem Tostões

 


 

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