PARVA QUE SOU
Que parvos somos todos nós, que calmamente vamos assistindo diariamente, ao aumento do fosso, que separa a classe média baixa da alta e já muito privilegiada sociedade. Que parvos somos todos nós, que com serenidade, vamos assistindo ao favorecimento de amigos, por uma classe política sem escrúpulos. Que parvos somos todos nós, que ainda damos ouvidos e estendemos a mão, a uma classe política, que eleita pelo povo, ao povo, pouca atenção lhe dá. Aos Políticos, o tempo das vacas magras ainda não chegou, o comboio tem descarrilado constantemente. Aos reformados, trabalhadores e juventude, a pouca atenção que nos é dada, é para nos retirar regalias, retirar uma vida com um mínimo de dignidade. Para nós, o comboio não descarrila e é de alta velocidade. A classe política vai nos retirando, o que outrora nos deu como prémio, pelas vitórias que lhes fomos dando. Foram nos dando o que o País não podia dar.
Deolinda - Parva que sou
Música e letra: Pedro da Silva Martins
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Amorim Lopes