EM TERRA DE CEGOS QUEM TEM OLHO É REI
É com uma certa frequência, que verificamos, haver políticos, que após terem exercido altos cargos governamentais, deixam a política e vão ocupar, altos cargos no mundo empresarial.
Aconselhamos ler o texto, publicado no Jornal Correio da Manhã, do dia 09-10-2011, escrito pela jornalista Diana Ramos/V.F. e que seguidamente reproduzimos:
Ex-ministros ficam ricos com a política
“Pina Moura, Armando Vara e Dias Loureiro. Todos eles foram ministros, todos eles tinham salários modestos antes de chegarem ao Governo e todos eles acabaram por fazer carreira no mundo empresarial, aumentando o rendimento anual para valores acima dos cinco dígitos.
Por:Diana Ramos/ V.F.
Os números não deixam dúvidas e constam no livro ‘Como os políticos enriquecem em Portugal’, do jornalista do CM António Sérgio Azenha. A obra
ilustra os casos de 15 ex-governantes que multiplicaram os rendimentos depois de saírem do Governo. E as fontes são duas: declarações de rendimentos entregues pelos próprios no Tribunal Constitucional e remunerações anuais referidas nos relatórios de governo nas sociedades onde trabalham.
"De todos os governantes que ingressaram em empresas privadas e públicas depois de terem sido ministros ou secretários de Estado, Joaquim Pina Moura é, provavelmente, o caso mais exemplar de como a carreira política pode ser uma experiência decisiva para a valorização da carreira profissional e consequente prosperidade pessoal", lê-se no livro que é lançado na terça-feira.
Antes de ingressar no Governo de António Guterres em 1995, Pina Moura declarou 22 814 euros, em 1994. E em 2006, após ter saído do Governo, "apresentou um rendimento anual de 697 338 euros". Em 12 anos, o seu rendimento anual sofreu "um aumento de 2956%", diz o livro.
Manuel Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, terá ganho como ministro, em 1994, quase 65 mil euros. Em 2001, já como trabalhador independente, declarou 861 366 euros. Em sete anos, "a sua remuneração anual aumentou 1225%".
Armando Vara, ex-secretário de Estado e ministro de Guterres, é um caso semelhante: em 16 anos,
passou de um rendimento anual de 59 486 euros em conjunto com a mulher, em 1994, para 822 193 euros, em 2010. Foi, segundo o livro, um aumento de 1282% na remuneração anual.”
Não há dúvidas, que em “ Terra de cegos quem tem olho é Rei “. Como é possível, no Portugal de Abril, um cidadão, tão rapidamente, ter tamanha valorização profissional?
O político honesto, ao ser eleito, deveria servir o Povo e não, servir-se do Povo, para subir economicamente na vida. O político com “ H “, deveria por à disposição, de um Povo que muito lhe doou, todo o seu saber e não estar cego, em o vender, a um mundo empresarial, que se encontra alheio, das sociedades justas e solidárias.
Com homens que interiorizam e praticam tais actos, Portugal, economicamente, só poderia estar, como realmente está.
Que rapidamente, no meio desta tempestade, surjam os ventos da mudança.
Amorim Lopes