ENCHER BEM A BARRIGA NO PARLAMENTO
Hoje, ao navegar na Net, fomos à página do jornal Correio da Manhã, onde descobrimos dois textos que se interligam, que abordam a vivência Parlamentar na área da alimentação.
O primeiro texto, escrito por Paulo Pinto Mascarenhas e publicado em 8 de Dezembro de 2011, refere o que seguidamente publicamos:
Encher bem a barriga no Parlamento
Fomos espreitar os dois restaurantes de luxo que existem na Assembleia da República, mais a cantina e os bares. E revelamos os preços que se praticam.
Há dois restaurantes de luxo na Assembleia da República reservados a deputados e respectivos convidados. Por cerca de 10 euros por pessoa podem experimentar no almoço buffet, do restaurante do edifício novo do Parlamento, um belo arroz de tamboril com gambas e umas salsichas em couve lombarda. Mas tem também direito a uma mesa de fritos, a outra vegetariana, mais uma de doces e frutas ou de queijos. Tudo isto antecedido, se assim o entender, de uma bela sopa de cebola. Este é um menu normal, não é de dia de festa, mas sabendo que nem todos os deputados almoçam como deve ser, fomos ver os preços nos bares a que têm acesso e também na cantina, onde vão sobretudo os funcionários da casa.
Começando pela cantina, por apenas 3,80 € têm acesso a uma refeição completa, incluindo iguarias como um arroz de polvo - "malandrinho", como convém -ou à dieta de vitela simples, mais sonhos de peixe. Sopa de ervilha ou Juliana de legumes também constam da variada ementa.
Já nos bares de serviço, para uma refeição ligeira, o Correio indiscreto aconselha o belo prego, a bifana ou o hambúrguer da casa a apenas 1,01 €. Os croquetes também são em conta: 0,40 cêntimos cada um. Pode optar, é claro, por uma sandes mista a 0,66, ou em forma de tosta a 0,76. Tudo isto pode ser regado com uma cerveja a 0,55 ou uma mini a 0,40. Já percebeu porque é que eles engordam?
O segundo texto, datado 25 de Maio de 2012 e escrito por Raquel Oliveira/Sónia Trigueirão refere o seguinte:
Assembleia da República
Perdiz, porco preto alimentado a bolota e lebre são alguns dos produtos exigidos pelo Caderno de Encargos do concurso público para fornecer refeições e explorar as cafetarias do Parlamento.
Das exigências para a confecção das ementas de deputados e funcionários constam ainda pratos com bacalhau do Atlântico, pombo torcaz e rola, de acordo com o documento a que o CM teve ontem acesso. O café a fornecer deverá ser de "1ª qualidade" e os candidatos ao concurso têm ainda de oferecer quatro opções de whisky de 20 anos e oito de licores. No vinho, são exigidas 12 variedades de Verde e 15 de tintos alentejanos e do Douro.
É também especificado que o mesmo prato não deve ser repetido num prazo de duas semanas. O Caderno de Encargos do concurso, que termina em Junho, estabelece que a qualidade dos produtos vale 50%, o preço 30% e a manutenção 20%.
Num País, onde o desemprego aumenta diariamente e a fome, é um flagelo que estende os seus tentáculos cada vez mais a um maior número de famílias, também há a coragem, no Parlamento, de se exigir uma alimentação de luxo, paga a preços populares.
A ser verdade o que foi publicado pelo Correio da Manhã e que acabamos de apresentar, é matéria que repudiamos. O Povo a passar enormes sacrifícios, a ficar cada vez mais pobre e em muitíssimos casos o passar fome, no Parlamento, os que se dizem representantes do povo, comem como Lordes e pagam como carecidos.
Toma lá que és democrata!
Uns apertam o cinto, outros procuram alarga-lo. Por este andar, será que há alguém que ainda tem confiança nos políticos? Eu não!
Amorim Lopes