QUEM SERÃO OS CULPADOS PELO ESTADO EM QUE VIVEMOS?
Diz-se frequentemente que todos nós somos culpados pela situação em que nos encontramos. Gastámos o que não tínhamos. Não concordamos! Nós poderemos ter em parte uma certa culpa, pois votando em quem votámos, colocámos no Governo os políticos que nos têm vindo a governar, empurrando-nos ano após ano para o inferno em que nos encontramos. Nós raramente fizemos exigências, mas sim nos limitámos ordeira e democraticamente a receber o que nos foram dando.
Os políticos que tiveram nas suas mãos as rédeas do poder, não governaram para o povo, mas para pessoas e grupos de amigos que, lentamente, como sanguessugas, quase tudo nos sugaram e continuam a sugar.
Infelizmente, não temos sido governados por gente justa e honesta, mas, sim, por grupos de artistas. Lembremos o que disse Agostinho da Silva "A política tem sido a arte de obter a paz por meio da injustiça."
Como diz Agostinho da Silva, "O que impede de saber não são nem o tempo nem a inteligência, mas somente a falta de curiosidade."
Na realidade, temos um governo com tempo, com inteligência, mas falta-lhe a curiosidade e a vontade para resolver os nossos problemas. Para os grandes senhores e grupos, a curiosidade é constante, motivo pelo qual nunca faltou ao governo o saber e a coragem, para lhes "levar a água aos seus moinhos".
Recentemente, Passos Coelho afirmou - relativamente ao acórdão que dava como inconstitucional o corte dos subsídios de férias e natal - que se não subisse impostos, teria que cortar nas despesas da saúde e educação.
Será que as gorduras só existem nestas duas áreas? Que se passa com a Banca, com as PPP, com a fuga aos impostos, com o subsídio de férias, onde há Ministérios, segundo relata o Correio da Manhã, se está a pagar esse mesmo subsídio?
Pudesse ser possível podermos recuperar o que há vários anos, gente sem vergonha, viciada no enriquecimento fácil, nos foi e vai retirando, possivelmente teríamos um País mais rico, mais respeitado e, nós, uma vida mais digna.
Disse Agostinho da Silva: "Não me interessa ser original: interessa-me ser verdadeiro."
Na realidade, o que nos move, para escrever neste local algo sobre a situação que estamos vivendo é o facto de estarmos bastante preocupados com as imensas injustiças a que vamos assistindo e enfrentando; ânsia em ver rapidamente chegar um Portugal mais justo, mais solidário e mais rico.
“Eu sou português aqui”, tal como o escreveu e cantou José Fanha, também nós o somos.
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