FOGOS EM FORÇA E OS “KAMOV” PARADOS.
Os fogos surgiram em força, ao ponto, de o que deflagrou em Ponte de Lima, ter provocado a anulação de uma classificativa do Rally de Portugal.
Face à gravidade da situação, chegou ao nosso conhecimento e dos portugueses, que os helicópteros Kamov se encontram inoperacionais por aguardarem que lhes sejam feitos os trabalhos de manutenção e as respetivas verificações técnicas.
Não ouve oportunidade de tudo isto ser feito no período de acalmia dos fogos?
Pensamos que com bom planeamento, aquele “braço direito” dos bombeiros poderia estar operacional.
Tudo isto é o espelho da capacidade e da organização de quem nos governa. E dizem Eles que tudo vai bem!
Segue texto publicado no Blog Portugal Glorioso, escrito por Sérgio Passos:
TEXTO
Segundo se sabe, muito parcialmente, porque o Governo recusa prestar os esclarecimentos cabais dos contratos feitos com os respectivos privados, tem de fazer-se uma pergunta: segundo os 1.500 euros (mais IVA) à hora pagos a cada helicóptero privado, por acaso, não interessará a estas empresas, ou a quem os sub-contrata, que arda o maior número e a maior área de floresta possíveis e pelo maior período de tempo? Isto é simples, é uma conta de mera aritmética: quanto mais fogos e mais tempo durarem os incêndios mais estas empresas privadas lucram! O que nós sabemos é que estas empresas privadas que ainda há bem pouco tempo tinham que alugar os seus meios aéreos a empresas estrangeiras, agora já têm enormes frotas próprias de helicópteros, hangares e pavilhões seus, feitos novos e de raiz, e até já possuem aeródromos seus. E nem falamos aqui de ex-ministros, secretários de estado e altos chefes de serviços públicos, ligados às florestas, à protecção civil e aos bombeiros, que adquiriram fortunas súbitas e que passaram ostentar sinais de riqueza fácil e recente de um dia para o outro. E porque é que, afinal, o Estado não entrega a actividade e a função de apagar os fogos ao Exército e à Força Aérea, que é uma actividade fundamentalmente de Segurança e Defesa nacionais, tal qual como é o da protecção das nossas fronteiras, dos recursos marítimos ou do mar, ou, e não se vê qualquer diferença, como a da segurança interna pública de pessoas e bens? Ora, se antes, aos finais dos anos 80, até era mesmo a Força Aérea que combatia com sucesso, aliás assinalável, os incêndios, e possuindo meios e gente formada para tal, que só custam a sua despesa de funcionamento, porque é que deixaram de o fazer e passou-se a entregar esta função, agora com lucros, aos privados? E quem é que fiscaliza se estas empresas e os seus meios aéreos apagam competentemente os fogos? Se o fazem com a qualidade necessária? Ou se empregam todo o seu esforço e competência para tal?Como se fazem os contratos e como são avaliados os concurso? Etc., etc. E porque é que os sucessivos Governos não mostram nem sequer publicamente os contratos e não revelam os seus contornos e, tão-pouco, mostram os valores pagos aos privados e os critérios para tanto? Porque é que os sucessivos Governos têm cortado verbas na prevenção florestal, extinguiram a função de guardas florestais, ou não apoiando e incentivando os pequenos produtores florestais privados, portanto os maiores proprietários da mata nacional, para tratarem e cuidarem da sua florestas, ou tomarem-se medidas antecipadas para proteger e defender previamente as florestas e os recursos naturais? Ou seja, porque é que o Governo não incentiva a protecção e cuidado com a floresta, ou seja prevenindo e diminuindo os fogos antes da época dos incêndios, mas, de ano para ano, e em vez da prevenção, cada vez mais gasta mais com meios e despesa no combate aos fogos que, continuam a piorar e cada vez mais destroem os recursos nacionais, encurta a floresta e empobrecem o país? E porque é que a própria floresta da propriedade do Estado também está vetada ao seu completo abandono? Já agora, a frota de 10 a 15 aviões canadair, meio essencial para combater os fogos e sempre reclamada pelos peritos e bombeiros, orçados em cerca de 200 milhões de euros, porque é que nunca foi adquirida e, ao invés, os Governos deixam a floresta nacional continuar a ser destruída facilmente por esta grosseira e criminosa negligência? Só neste último verão de 2013 já terão ardido da floresta recursos equivalentes de mais de 100 milhões de euros. Estas são demasiadas e sérias dúvidas, graves interrogações, muitas incertezas, demasiadas ambiguidades e muitas nuvens e, de certeza, permitindo-se demasiados e destrutivos fogos que ardem descontroladamente. O que sabemos é o lucrativo é concessionado aos privados, mas tudo o que dá prejuízo é suportado pelo Estado e pelo dinheiro dos contribuintes. Afinal, isto cheira mesmo muito a esturro!