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DÁDIVAS

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

E agora é o acaso quem me guia. Sem esperança, sem um fim, sem uma fé, Sou tudo: mas não sou o que seria Se o mundo fosse bom — como não é!

DÁDIVAS

27
Jun14

VIVEMOS NUM MUNDO DE LOUCOS

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Acabámos de ouvir a notícia de que o PSD Madeira apresentou uma proposta, com a qual pretende acabar com o Tribunal Constitucional. Não seria melhor acabar com a Constituição? Queriam, mas a tal ambição o Povo diz não.

O Ministério da Saúde acaba de anunciar que pretende colocar no Algarve 45 enfermeiros. Não seria preferível evitar a saída para o estrangeiro, dos competentes profissionais que tinham nas suas mãos parte da saúde do País?

O Ministério da Educação anunciou que vai encerrar 311 escolas. Será que governar é só olhar para números, desprezando-se a vertente social? A continuar por este caminho, Portugal será Lisboa e Porto. O resto será paisagem.

Vivemos num mundo de loucos, de desgoverno e oportunismo político. Sobre este último aspeto, publicamos seguidamente um texto escrito por Paulo Morais, publicado recentemente no Correio da Manhã online:

Poder & Associados

As grandes sociedades de advogados transformaram-se em autênticos ministérios-sombra.

As grandes sociedades de advogados adquiriram uma dimensão e um poder tal que se transformaram em autênticos ministérios-sombra.

 É dos seus escritórios que saem os políticos mais influentes e é no seu seio que se produz a legislação mais importante e de maior relevância económica.

Estas sociedades têm estado sobre-representadas em todos os governos e parlamentos.

 São seus símbolos o ex-ministro barrosista Nuno Morais Sarmento, do PSD, sócio do mega escritório de José Miguel Júdice, ou a centrista e actual super-ministra Assunção Cristas, da sociedade Morais Leitão e Galvão Teles.

 Aos quais se poderiam juntar ministros de governos socialistas como Vera Jardim ou Rui Pena.

Alguns adversários políticos aparentes são até sócios do mesmo escritório. Quando António Vitorino do PS e Paulo Rangel do PSD se confrontam num debate, fazem-no talvez depois de se terem reunido a tratar de negócios no escritório a que ambos pertencem.

 Algumas destas poderosas firmas de advogados têm a incumbência de produzir a mais importante legislação nacional. São contratadas pelos diversos governos a troco de honorários milionários. Produzem diplomas que por norma padecem de três defeitos.

São imensas as regras, para que ninguém as perceba, são muitas as excepções para beneficiar amigos; e, finalmente, a legislação confere um ilimitado poder discricionário a quem a aplica, o que constitui fonte de toda a corrupção.

Como as leis são imperceptíveis, as sociedades de jurisconsultos que as produzem obtêm aqui também um filão interminável de rendimento.

 Emitem pareceres para as mais diversas entidades a explicar os erros que eles próprios introduziram nas leis. E voltam a ganhar milhões. E, finalmente, conhecedoras de todo o processo, ainda podem ir aos grupos privados mais poderosos vender os métodos de ultrapassar a Lei, através dos alçapões que elas próprias introduziram na legislação.

As maiores sociedades de advogados do país, verdadeiras irmandades, constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional.

Por:Paulo Morais, Professor Universitário

 

Por estas e por outras é que o Povo se vai afastando dos atos eleitorais.

Será que está a chegar a hora de acordar?

Amorim Lopes

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